terça-feira, 26 de maio de 2009

Obina fara falta ao Fla?

Leonardo Resende

É engraçado como no futebol céu e inferno andam tão próximos. Obina que o diga. Já tido como xodó, iluminado, melhor que Eto’o entre outras, o atacante deixou ontem a Gávea pela porta dos fundos, sem deixar um pingo de saudade no seu torcedor, e acertou com o Palmeiras.

Analisando bem friamente, podemos dizer com precisão que Obina sempre foi mais personagem folclórico do que jogador. Roliço, desengonçado, atrapalhado e extremamente carismático, o baiano acabou ganhando a simpatia gratuita da maior parte da torcida rubro-negra, mesmo sem corresponder em campo. Por diversas vezes os flamenguistas se irritaram com os seus lances esdrúxulos, mas no dia seguinte, estavam lá gritando o nome do antigo xodó. Até mesmo quando a seleção brasileira jogou no Rio de Janeiro, ele foi lembrado...

Não posso ser injusto e dizer que ele nunca fez nada importante pelo clube, pois é mentira. Obina já marcou muitos gols decisivos pelo Flamengo (em 2005 contra o Paraná, livrando a equipe carioca do rebaixamento, em 2006 marcando na final da copa do Brasil e em 2008 nas finais do Carioca) e sempre que jogou, mostrou muita luta e disposição (mesmo que na maioria das vezes isso acabasse mais atrapalhando do que ajudando).

Porém, a fase atual é negra. Um breu para dizer a verdade. São mais de 6 meses sem marcar um gol sequer, dois pênaltis perdidos, trapalhadas atrás de trapalhadas, a massa rubro-negra sem um pingo de paciência, críticos caindo em cima, uma briga cada vez mais acirrada com a balança e a chegada de Adriano. Todos esses fatores foram fazendo com que o torcedor fosse esquecendo Obina (até mesmo Josiel já foi apontado como novo xodó!), que já demonstrou há tempos que estava precisando respirar novos ares e começar do zero.

Agora, é impossível não ficar supreso com a transferência de ex-camisa 18 para uma equipe de ponta como o Palmeiras. Ontem ao ler a notícia, custei a acreditar. Pensava que Obina iria parar em uma equipe de menor expressão como Avaí, Barueri, Coritiba, Vitória e etc (sem desmerecer estes times).

Tudo o que posso desejar é boa sorte ao alviverde e ao Luxemburgo, que terá um senhor trabalho para fazer o gorducho baiano voltar a jogar bola. Se bem que pelo histórico (Léo Lima, Lenny entre outros), o Wanderley já mostrou adora pegar essas bombas....


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Flamengo e Fluminense conseguirão se recuperar?

Leonardo Resende

Em dois belos jogos, a dupla Fla-Flu lutou muito, mas acabou eliminada da Copa do Brasil.

Em um Maracanã lotado com quase 70 mil torcedores, o tricolor deixou escapar a classificação em apenas 16 minutos, quando tomou dois gols. Nem mesmo o show da torcida (em resposta às polêmicas declarações dos Corinthianos antes da partida) conseguiu brecar o ímpeto do time de Mano Menezes, que foi superior durante quase todo o confronto. No segundo tempo a equipe das Laranjeiras até esboçou uma reação, empatou o duelo, mas foi muito pouco.

A partida entre os dois times deixou ainda mais evidente os sérios problemas do tricolor. O clube precisa urgentemente de laterais (sobretudo do lado esquerdo) zagueiros e volantes. Thiago Neves, Conca e Fred são excelentes jogadores, mas sozinhos não podem fazer milagres.

Alô Celso Barros!!!


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No Beira-Rio, foi disputado o melhor jogo da noite. Flamengo e Internacional travaram uma batalha de gigantes e repleta de emoção, onde o individual fez a diferença.

Pode-se dizer que os comandados de Cuca foram até melhores que os rivais durante boa parte do confronto, mas, além de esbarrar no velho e conhecido problema da equipe (o time atua a maior parte do tempo no campo do adversário, pressiona mais, tem maior posse de bola, mas não conclui a gol), a marcação não foi tão eficiente quanto no primeiro jogo e, assim, D’Alessandro, Nilmar e Taison tiveram espaço para jogar.

De qualquer maneira, como já disse anteriormente, erros e acertos individuais fizeram o placar. Primeiro lance determinante foi o passe errado de Juan para Aírton que culminou no primeiro gol colorado. No segundo e decisivo gol dos gaúchos, falharam Ibson (por cometer uma falta para lá de desnecessária!!!!) e o goleiro Bruno, que ajoelhou e só assistiu a cobrança de falta de Andrezinho morrer dentro das redes. O chute foi bom, mas fiquei com a impressão de que era defensável. Goleiro não pode nunca confiar no golpe de vista ou contar com a sorte e foi o que Bruno fez.

Mesmo com a derrota, não se pode crucificar um ou outro jogador, apesar de alguns terem falhado de forma decisiva. O time jogou de igual para igual com aquele que é apontado como a melhor equipe do Brasil na atualidade e por muito, mas muito pouco não se classificou em pleno Beira-Rio.

Foi um duro golpe, tanto para Flamengo quanto para Fluminense, mas ambas equipes têm de levantar a cabeça e seguir o trabalho. Agora fica a questão, após a eliminação a dupla Fla Flu conseguirá se recuperar?

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Enquanto isso, os Vascaínos são só alegria! Derrotaram o Vitória, e estão classificados para as semifinais, onde enfrentarão o Corinthians.

Boa sorte aos cruzmaltinos nessa jornada. E que representem muito bem o nosso estado.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estréia na série B

Por: Ana Carolina Carvalho


Sábado, 09/05/09, 3:30 da tarde o Sol era forte e o calor mais ainda. Olhando a torcida chegar e a maioria das faixas já estendidas foi impossível não lembrar daquele 07/12/08, onde o Sol e o calor também eram fortes, a torcida também estava presente em massa e as faixas também já estavam estendidas. Esperança era visível nos olhos de cada vascaíno ali presente afinal nem tudo estava perdido, só precisávamos fazer a nossa parte e torcer para que a sorte estivesse a nosso favor. Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram, erros de anos atrás foram refletidos naquele domingo, a sorte não estava conosco e nem a nossa parte conseguimos fazer. O placar marcava 2x0 para o Vitória e as lágrimas tomaram o lugar da esperança nos olhos dos vascaínos, tanto faz se estavam em São Januário ou em qualquer outro lugar, realmente foi um dia para se esquecer na história do Vasco da Gama.

No início parecia ser uma sensação insuportável, mas com o tempo percebe-se que nem é tão ruim assim.

Os jogadores foram trocados e o técnico também. Praticamente não restaram muitos vestígios daquele time de 2008 que fez por onde para merecer o rebaixamento. Aparentemente o grupo novo era mais unido, mais centrado e isso foi confirmado logo no Campeonato Carioca, fizemos dois turnos ótimos e ainda ganhamos do Flamengo e do Botafogo, coisa que não fazíamos há um bom tempo, e só caímos justamente para o Botafogo na semifinal, mas tudo bem, a nossa obrigação é o Brasileiro.

Finalmente chegou a tão esperada estréia na série B, eu sei que não falo apenas por mim quando digo que a ficha só caiu realmente naquele dia. Só que já não doía mais, muito pelo contrário, eu senti orgulho do meu time por entrar de cabeça erguida pronto para superar mais um desafio dos tantos que já foram superados em sua gloriosa história, e da nossa torcida por estar ali mais uma vez presente mostrando que essa paixão vai além de qualquer divisão. Naquele momento eu tive certeza que o sentimento nunca ira parar! Não se depender de nós vascaínos que estamos com o nosso time aonde quer que ele esteja.

Ali também ficou visível que 2ª divisão não é moleza como todos pensam, o Brasiliense foi pra cima com tudo mas o dia era do Vasco. No final do 1º tempo Rodrigo Pimpão faz um gol para acalmar os corações vascaínos que estavam começando a ficar nervosos.

Foi uma vitória simples mas foi suficiente para levantar a moral do time que ainda nesse embalo enfrentou na última quarta-feira o Vitória, o mesmo que ajudou a nos rebaixar, pela Copa do Brasil. Mas uma vez casa cheia e torcida incentivando, o resultado não podia ser melhor, 4x0 para o Vasco com um gostinho de vingança muito bom. Agora é bola pra frente, continuar mantendo esse ritmo pois era isso que faltava pro time deslanchar e que esse time continue fazendo sua imensa torcida bem feliz.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O que falta ao Fluminense?

Leonardo Resende

Pegue um técnico que já foi campeão do mundo com a seleção brasileira, some a ele dois excelentes meias armadores dignos de usar a camisa 10 de qualquer clube do futebol nacional, um bom goleiro, um atacante matador e três excelentes jovens promessas que cedo ou tarde vão acabar estourando no cenário local. O que podemos esperar dessa equação?

Certamente, lendo assim, vamos dizer que trata-se de um time com elenco e capacidade de ser campeão de qualquer torneio disputado no Brasil, mas infelizmente não é o que vem acontecendo dentro das quatro linhas.

Não é de hoje que o clube das Laranjeiras apresenta, principalmente dentro do Rio de Janeiro, o melhor elenco no papel. Nomes como Fred, Thiago Neves e Conca batem facilmente os Obinas, Pimpões e Reinaldos dos adversários, mas na hora que a bola rola os 11 titulares de Parreira agem como um bando e não como um time. Vencem os jogos, como fizeram na abertura do campeonato Brasileiro contra o todo-poderoso São Paulo, mas nunca conseguem empolgar a sua torcida, pelo contrário, os tricolores volta e meia deixam o Maracanã irritados com a atuação de sua equipe.

Aí eu pergunto a você, leitor, o que falta ao Fluminense?

terça-feira, 5 de maio de 2009

O adeus do capitão

Leonardo Resende

Fez-se muito alarde, mas no final das contas todos sabiam que Fábio Luciano já tinha batido o martelo quanto à sua aposentadoria após a decisão do Campeonato Carioca. A torcida, os jogadores, dirigentes e até parte da imprensa tentaram o convencer do contrário, mas o camisa 3 do Fla já estava certo do que queria. A hora de pendurar as chuteiras havia chegado.

Dono da braçadeira de capitão desde que chegou ao clube, no meio de 2007, Fábio Luciano chegou à Gávea e logo conquistou uma vaga no coração do torcedor rubro-negro. Primeiro por sempre jogar com muita raça e disposição como manda o script de quem veste o “manto sagrado”, fazendo, inclusive, muitos adeptos o chamarem de o novo Rondinelli e, segundo, por dar jeito em uma zaga que era catastrófica (os flamenguistas sentem até um arrepio ao lembrar dos zagueiros Irineu, Thiago Gosling e Moisés, que se revezavam entre os titulares) e ainda conseguir transformar o setor defensivo em um dos mais fortes do time, como é até hoje.

Fora das quatro linhas, o zagueiro também deixou sua marca. Respeitado por todos dentro do clube (do porteiro ao presidente), Fábio Luciano era o lider do elenco. Era ele quem reivindicava junto à diretoria, cobrava os direitos dos jogadores, dava “a cara à tapa” para a imprensa e torcedores e sempre representou o clube sempre com muita dignidade e humildade, característica essenciais a um líder.

Creio que o camisa 3 parou na hora certa. Campeão, com a torcida gritando seu nome em um Maracanã lotado e idolatrado pelos companheiros de clube. Prolongar o fim da carreira até fim da Copa do Brasil seria um tiro no escuro. Já imaginou se o Flamengo for eliminado na partida de amanhã contra o Fortaleza, no Ceará? Seria o último jogo do capitão. Com certeza não teria o mesmo glamour e a mesma festa. O capitão também foi inteligente ao escolher a data de pendurar as chuteiras, encerrou a carreira por cima, com título e sai da Gávea da mesma maneira que entrou: pela porta da frente e muito festejado.

Se ele irá voltar ao clube para exercer alguma outra função, só o tempo dirá, agora é deixar o xerife curtir o merecido descanso e dar créditos aos garotos que chegam para preencher a lacuna deixada por ele na zaga ao lado de Ronaldo Angelim.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Cornetadas da final

Fabio Lessa

Que grande jogo ontem no Maracanã ! Que conquista a do Flamengo!

A atuação do Botafogo no segundo tempo, com um futebol aplicado, organizado e aguerrido, deixou a impressão nos botafoguenses de que, novamente, time e torcida mereciam melhor sorte. Esse sentimento valoriza ainda mais a conquista Rubro-negra.

Os adjetivos ao time de General Severiano não são novidades, pelo contrário, são características quase sempre presentes nas equipes dirigidas por Ney Franco, porém, a lógica do futebol não admite dois campeões, salvo quando a cartolagem e as decisões extra campo têm o luxuoso auxílio dos regulamentos atrapalhados.

Deixando de lado a correção política dos comentários acima, quero colocar as seguintes perguntas:

A conquista se deve às atuações de Bruno e Kléberson? A ausência da torcida do Botafogo atrapalhou?
Serão as interrogações acima frutos de minha imaginação excessivamente crítica?

A imprensa se encarregou de responder a primeira pergunta com exaltações feitas à atuação de Bruno com os pênaltis defendidos e jogou confetes à atuação de Kléberson, com a frase feita e sempre presente: "Atuação de penta-campeão".
Ok .... mesmo este ser crítico concorda que Kléberson criou, marcou, correu e inventou dois gols. Gols inventados sim, pois um nasceu de uma cabeçada pro meio da área e o outro foi resultado de um desvio em Alessandro... O que nos leva a atuação do Bruno.

Bruno pegou três pênaltis e clamou por vaga na seleção com a declaração quase humilde de que: "Seleção é consequência". Este clamor é fruto dos elogios desmedidos que recebe e que esquecem de dizer o quão irregular o goleiro do Flamengo é debaixo dos paus.
Parece que há determinados momentos em que Bruno se reveste de auto-suficiência e se comporta como jogador inconteste. Justamente nestes momentos algo acontece, como a falha no gol contra o Inter no Brasileiro no ano passado, no episódio extra-campo com Andrade e em suas declarações de como ele é um jogador para conquistar mais do que simples títulos estaduais (na verdade o Flamengo é afeito a títulos maiores e não Bruno) e, em menor escala, na saída no segundo gol do Botafogo. Não falo sobre o primeiro gol, pois a falta foi muito bem cobrada por Juninho.

Já ficou claro que Eu, daqui do meu canto, não acho que tenha sido Bruno o herói, tampouco Kléberson. Acredito que os pênaltis defendidos apenas o redimiram de uma atuação regular durante os noventa minutos (regular pois defendeu um pênalti no tempo regulamentar, caso contrário, teria sido ruim) e que os gols de Kléberson foram alguma coisa (talvez combinação de acaso com má colocação do goleiro).

Eu acredito que a conquista tenha sido resultado de uma combinação de muitos fatores, pois estas, quando vêm, estão sempre ligadas a eventos em série, não controlados e ocasionados por ações instantâneas, independentes do querer ou do poder.

Os fatores que cito como possíveis são :
- A presença da torcida Rubro-negra. A ausência da alvi-negra.
- A existência no Flamengo de um banco e de um elenco com mais opções. A ausência de Maicosuel e Reinaldo ou de peças de reposição à altura no Botafogo.
- Bruno pegou dois pênaltis. Renan não pegou nenhum.

Estou em dúvida quanto a citar o imponderável ou o personagem de Nelson Rodrigues,"Sobrenatural de Almeida", pois já se diz que o sujeito diante de uma série de acontecimentos adversos está diante da "má-sorte botafoguense". Acho que isso é um pouco cruel, assim como seria cruel dizer que o além tirou mais um título do Botafogo.