sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pra que tanta resistência?

É realmente impressionante que Joel Santana a essa altura da sua carreira e da sua vida ainda tenha que provar o seu valor no mundo da bola.

Tudo bem, o Natalino é uma figura folclórica, com jeitão descontraído (o que muitos consideram algo negativo para um treinador) e é extremamente simpático. É como se fosse uma espécie “Obina” dos técnicos, só que com um porém: o atual técnico do Botafogo pode não saber falar inglês, dar entrevistas em um tom mais engraçado, usar sua prancheta e ser rotulado como um treinador ultrapassado mas, há de se admitir, entende muito de futebol e tem estrela.

O seu currículo rico em títulos poderia falar por si só, mas, como sempre, ainda tem aquela turma que fica procurando chifre em cabeça de cavalo e pêlo em ovo.

A evolução do fraco time do Botafogo de 2010 tem a assinatura de Joel. A equipe agora joga com três zagueiros, fechando mais a defesa, explora o seu ponto forte: as bolas aéreas (sobretudo para o uruguaio Abreu) e ainda conta com uma grata revelação descoberta pelo treinador: o garoto Caio, que tem sido decisivo.

O alvinegro pode até estar (e provavelmente continuará) atuando de forma previsível, mas agora possui uma forma mais competitiva e consegue aprontar pra cima de adversários mais fortes, como no último confronto contra o Flamengo. É bom o Vasco abrir o olho, pois aquela equipe que sofreu aquela goleada histórica há menos de um mês já não existe mais.

Enfim, o que quero dizer é que mesmo com o fato de Joel já ter ganho muitos títulos e de ter dado uma cara totalmente nova ao time do Botafogo colocando a equipe, até então considerada carta fora do baralho, novamente no páreo pela disputa do título carioca de 2010, ainda tem muita gente que torce o nariz e faz cara feia pra ele. Afinal de contas, pra que tanta resistência?

Leonardo Resende
adm.riofutebol@gmail.com